Retirados de sua terra
Trazidos em sofrimento
Trabalharam sol a sol
Viveram a dor e o medo.
Ergueram essa nação
Com seu suor e seu sangue,
Sua coragem diante do medo
Trancados a pão e água,
Viveram os seus tormentos.
Negros fortes, negras bonitas...
Negras fortes, negros bonitos...
Ainda hoje sofrem
Com a dor da ignorância.
Num mundo vasto de cores,
Há quem ache o branco ideal.
Oh mundo, grandioso mundo...
Como isso foi acontecer?
És tão cheio de cores
Quem uma só cor pôde eleger?
Quem pode ter o direito
De ser dono das cores do mundo?
Escolher qual a mais perfeita,
Excluir as que não lhes convém?
Já são séculos de luta
Seus corpos já libertaram
Dê-lhes agora a liberdade da alma
Libertem a sua cor!
Shirlei Marcelino
Terceiro lugar (autor) No Concurso de Poesias “Zumbi dos Palmares” 2010,
Pouso Alegre